O exercício da paternidade espiritual requer um bocado de paciência, flexibilidade e jogo de cintura.
Cada filho é de um jeito:
- Uns são chatos;
- Outros gostam de pegar no pé;
- Uns perguntam demais;
- Outros mal falam com você;
- Uns são pegajosos;
- Outros nem querem ser filhos;
- Uns são tão bonzinhos que você até esquece dele de vez em quando;
- Agora outros dão muuiiittttooo trabalho.
Precisamos discernir cada um deles e tratar de forma diferenciada cada um, pois se usarmos a mesma formula de relacionamento para todos, alguns com certeza vão sair machucados ou magoados. É claro que não podemos jamais ficar pisando em ovos a falar com cada um deles. Pois há verdades que precisam sempre ser faladas, mas podemos ser sábios na forma de falar.
Mesmo assim podemos correr o risco de magoar alguém, afinal, não somos perfeitos e eles precisam entender isso. Que muitas vezes erramos no intuito de aprender. E erramos no exercício do nosso ofício.
Mas quando há um bom relacionamento, algumas coisas se tornam irrelevantes.
Jesus praticamente chamou um de seus discípulos de Satanás, uma mulher de cachorra, e literalmente desceu o couro, no povo que estava comercializando na porta do templo. Mas em contrapartida via a multidão como ovelhas sem pastor, e estava formando a identidade de seus discípulos, para se tornarem os pastores deste rebanho. Havia em Jesus o discernimento de como tratar cada filho no momento certo sem deixar de tê-los bem perto dele e totalmente aliançados, mesmo que ciente que um o trairia e outro o negaria.
A possibilidade de saber que um de seus discípulos o trairia e outro o negaria, não mudou a intensidade e forma de se relacionar com seus discípulos. E não fez com que ele fosse menos pai de um e menos líder de outro. Isso é um grande desafio para nós líderes e pais espirituais, mas não é impossível.
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